segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Eu sou intensa. E vou morrer assim. 
Por mais que eu tente puxar o freio de mão, as emoções me dominam e pulam de dentro de mim desesperadamente. 
Por isso, sou a favor do amor, da verdade, da vontade. 
Não sou a favor da traição e da mentira. 
Procuro fazer o bem e ficar em paz com minha consciência e meu coração, mas de vez em quando cometo deslizes humanos." 
(Clarissa Corrêa)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Passou. Pronto. Virei o disco, troquei de músicas, me renovei comigo mesma. Me enxergo mais pronta, ‘me descobri’ mais inteira, mais leve para sentir, mais provada de aromas, mais… Minha. 
Hoje sou muito mais Eu-para-mim, do que Eu-para-nós."
(Caio F. Abreu)
"Exatamente assim. 
Pesada, sufocada. 
Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber."
(Caio F. Abreu)

"Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. 
Agradável. Afável.
E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática.
Simpatia não tem nada a ver comigo!"
(A Menina que roubava Livros)

sexta-feira, 20 de julho de 2012


Senta aqui, vamos conversar bem pertinho. É, eu ando meio carente, então vem aqui e segura a minha mão. Preciso desabafar, te contar algumas angústias, aflições, dividir as coisas. pode ser? Não vou me estender muito, sei que você é ocupado. Além disso, é sexta-feira. Quem quer ouvir lamúrias em plena sexta? Eu entendo. Se fosse mais tarde, entre um gole e outro de bebida forte, a gente podia sentar na sarjeta, reclamar da vida, arrotar baixinho e comer cachorro-quente da esquina. Mas é dia. É dia e as pessoas têm pressa. Vem, não vou tomar muito do seu tempo.
 
Uma vez eu achei que todo mundo era meu amigo, sabe? E sofri, como eu sofri. As coisas começaram lá atrás, quando eu ainda era pequena. Todo mundo implicava com uma menina da sala. Resolvi defender, enfrentei todos, entende? Todos. E o povo acabou ficando amigo e eu acabei me sentindo quase uma heroína. Depois, na quinta série, eu arrumei uma briga feia com as meninas da sala. O motivo? Não lembro. Sei que todo mundo ficou de mal comigo. Se fosse hoje, seria bullying, mas foi há anos, então naquele tempo era “todo mundo ficou de mal comigo”. Eu sentava sozinha na hora do recreio. E às vezes eu chorava no banheiro. É que uma das meninas era pop, ela fez a cabeça de todo mundo. E naquele tempo ser Maria Vai Com As Outras era o mesmo que usar sneakers hoje em dia. Tradução: todo mundo fazia parte do clube. Pouco tempo depois, uma das meninas brigou com a outra, me pediu desculpa e tudo quase voltou a ser como era. Quase. Porque entendi o que é ser um amigo. E o que é não ter um amigo. Ela voltou a ser minha amiga. Eu voltei a ser conhecida dela. E a partir daí comecei a classificar algumas coisas no meu caderno imaginário de capa de veludo rosa bebê.

Na faculdade, conheci muita gente. Alguns ficaram mais próximos, outros não. Com alguns eu saía, tomava cerveja, comia bauru. Com outros, eu estudava, ia até a biblioteca, tomava cafezinho na hora do intervalo. E com outros eu pegava carona. E com outros eu desabafava. Na hora do intervalo, a moçada fala da vida. O que jantou ontem, quando marcou hora no salão para cortar a franja, a sessão de terapia que foi libertadora, a briga com o Carlinhos, a mãe que vai se separar do pai. São amigos de ocasião. Naquele momento, são seus amigos. Naquele momento, você conta com eles. Naquele momento, vocês trocam confidências. Naquele momento, frequentam a casa um do outro. E depois cada um segue a sua vida, sem briga, sem mágoa, sem nada, apenas com o distanciamento natural da vida.
Muita gente passa e vai passar pela minha vida. E pouca gente vai ficar. Quer saber? Não me sinto mal com isso, não. Tenho amigos de infância. Tenho amigos de faculdade. Tenho amigos dos tempos de escola. Tenho amigos das agências em que trabalhei. Tenho amigos virtuais. Tenho amigos no salão de beleza. Tenho amigos no meu prédio. Nossa, como eu tenho amigos, certo? Errado. Muito errado.
Eu sei, sei que é bem melhor dizer fulano-é-meu-amigo do que fulano-é-meu-conhecido. Também sei que é um saco ter que batizar tudo a toda hora. Mas amigo é amigo, conhecido é conhecido. De vez em quando a gente troca as bolas e se estrepa lá na frente. Então vamos reformular as coisas: existem algumas pessoas que você jura que são amigas. Porque você convivem muito com você. Porque te entendem. Porque conhecem todos os seus sorrisos. Porque têm intimidade com sua família. Porque já estiveram junto com você nas horas difíceis. Porque são boas companhias. Porque fazem um cosmopolitan maravilhoso. Essas pessoas podem ser conhecidas. Ou amigas de ocasião. Como assim? São aquelas pessoas que você conheceu no trabalho, na academia, pela vida afora. Gente bacana, do bem, que é legal ter perto. Gente que te diverte, te alegra. Gente que sai com você pra jantar, beber, jogar carta, assistir filme, viajar. Gente que você curte bater um papo mais cabeça, mais profundo. Gente que você conta um pouco da sua vida. Gente que você quase confia totalmente.
Quase. É porque amigo mesmo faz tudo isso. E ainda dá três pulinhos quando um sonho seu se realiza. E ainda vibra por você a cada coisa bacana que te acontece. E ainda respeita o teu espaço. E ainda entende que para ser amigo não precisa estar colado com fita dupla face. E ainda não sente a menor inveja de você.

Entendeu? Agora conte nos dedos de uma mão quem restou. Esses são amigos. O resto é conhecido. E fim de papo.
(Clarissa Corrêa)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tenho o péssimo hábito de esquecer onde guardo as minhas coisas. Pior, apenas lembro que elas existem quando volto a vê-las. É verdade, tenho uma mente dispersa e um jeito atrapalhado de lidar com quase tudo.
Embora acumule muitos planos e um “tantão” de expectativas, quando percebo o tempo passou e eu vivi apenas com aquilo que estava à altura dos meus olhos. Há muita coisa perdida em mim e que, no fundo, não gostaria que estivesse. Várias coisas caíram no esquecimento contra a minha vontade – por pura displicência.
A sorte é que a vida se encarrega de deixar armazenado tudo que um dia marcou e, cedo ou tarde, a gente se depara com lembranças, pessoas, sensações, que se desprenderam do “nosso mundinho”.
Independentemente da presença ou ausência, você pode deixar fluir, sem ruir…
(Fernanda Gaona)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"Tenho estampado no rosto todos os meus sentimentos, sejam eles bons ou ruins.
Sou mesmo esta claridade que se agarra às emoções ! "
(Ita Portugal) 

"Amor acontece. É espontâneo e enche nossa vida
de alegria, de razão para viver, de plenitude.
É um sentimento que, quando recíproco, leva-nos  à felicidade.
Não é uma guerra, em que cada um precisa dominar o outro.
E, para merecê-lo, há de correr o risco."
(Zibia Gasparetto)

segunda-feira, 9 de julho de 2012


"Neste mundo não há saída:
 há os que assistem, entediados, 
ao tempo passar da janela,
e há os afoitos,
 que agarram a vida pelos colarinhos.
Carimbada de hematomas,
 reconheço, sou do segundo time."
(Maitê Proença)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Coisa rara

Meu Deus, como é difícil ter um bom amigo hoje em dia. Alguém que possa oferecer um colo e um afago na hora da tristeza e que consiga sorrir de verdade com a sua alegria. É que nem todo amigo é amigo o suficiente para dar pulos de felicidade com as coisas boas que chegam na sua vida.
Não é fácil compartilhar o dia a dia, deixar as próprias frustrações e projeções de lado e ser limpo, honesto, puro. É muita coisa em jogo. Tem mágoa, tem inveja, tem os percalços da vida, tem suas desilusões, tem seus planos que mofaram dentro da gaveta. É por isso que digo com certo amargor na boca: nem todo mundo sabe ser amigo.
Existe aquele tipo de gente que veste a máscara de amigo e só quer saber da sua vida. Quer sugar, ficar por dentro, mas não dá nada. Não compartilha, não divide, não sabe se doar. Não conta nada de si e quando você pergunta só diz que está tudo bem. Tem também o tipo que nunca tem problema, que a vida é sempre boa, sem tropeços e sem nada chato ou ruim. Estranho, não? A vida muitas vezes é bem chata e bem ruim e a gente não tem nada a fazer a não ser esperar. Porque tem coisa que foge do nosso alcance e temos que entender isso também. Nem tudo depende de mim, de você, do nosso esforço, do nosso suor.
Tem também o tipo que, mesmo sem querer, não consegue ficar feliz por você. O máximo que diz é que legal, que bom, parabéns. Mas aquela felicidade que vem de dentro não dá as caras. Me pergunto: isso é ser amigo? Quantos amigos você tem? Não falo daquele companheiro de bar, aquele que ri das suas piadas, brinda com um copo de cerveja gelada. Quantos amigos você tem? Não falo daquele que é uma pessoa legal e divertida para trocar ideias e fazer fofoca. Quantos amigos você tem? Não falo daquele que sabe cada passo seu e oferece sempre o lenço de papel mais próximo. Quantos amigos você tem? Não falo daquele que está sempre junto nas festas. Quantos amigos você tem? Não falo daquele que sabe da sua vida apenas o que você quer que saiba.
Quantas pessoas te conhecem de verdade? Pra quem você se abre? De quem você não tem medo? Que pessoa você tem certeza que quer o seu bem? Quem realmente não sente desconforto ao ver sua felicidade? Quem não ficou magoado por bobagem? Quem sabe reconhecer quando erra? Quem nunca te deixou na mão? Quem assume quando pisa na bola e pede desculpa? Com quem você discute, mas depois fica tudo bem? Quem entende o seu jeito? Quem aceita seus defeitos? Quem não fala mal de você para os outros amigos? Quem ajudaria você a pagar sua conta de luz, caso fosse necessário? Quem vibra com seu sucesso profissional? Quem deseja realmente toda felicidade do mundo no seu relacionamento? Quem? Por favor, me diga quantos, quantas. Quem valoriza o que você faz? Quem é grato pelo que você fez? A ingratidão em qualquer relação é coisa muito feia, principalmente em amizade.
É bom a gente pensar de vez em quando sobre isso. Analisar as relações, as pessoas, rever as amizades. Agora você me responde ah, mas eu ligaria para a Camila às 4 da manhã se estivesse em apuros e tenho certeza que ela sairia de casa e me ajudaria. Eu não estou falando disso. Falo de algo mais profundo, que conecta as pessoas, que une e não separa por nenhuma força. Falo de um sentimento genuíno, de amor, de gratidão, de respeito, de carinho, de amizade. Muita gente fala que fulano é amigo, mas não sabe o significado disso. Ser amigo é chorar o teu choro e rir, com o coração, o teu riso. E isso é coisa rara hoje em dia.
(Clarissa Corrêa)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Estamos agindo certo sem saber onde o certo nos levará, se para o céu ou para uma úlcera. 
Existem dias – e só confessamos isso para o terapeuta ou para o melhor amigo – em que gostaríamos de sumir no mundo, deixar para trás todos os afetos que nos são sagrados, todo o nosso currículo de tarefas bem-feitas, e ficar à disposição do imponderável, dos impulsos, do incerto."
(Martha Medeiros)
"Não existe amor minúsculo, principalmente 
quando se trata de Amor Próprio."
(Martha Medeiros)
"Tenho um pouco de medo da duração das coisas. Antes, eu acreditava no eterno.
Mas depois de tantos percalços, tantas coisas perdidas e tantos nãos guardados no bolso eu já não sei mais. Não sei se ainda existe a sinceridade.
No ato, no fato, no tato."
 (Clarissa Corrêa)


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Deus


“Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti, ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho: vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Sentes-te olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... aí é que estou."

(Baruch Spinoza)
"Eu não deixo ninguém para trás. Algumas pessoas é que me perdem um pouco a cada dia e nem percebem."
 (Caio F. Abreu)